Criatividade é uma “competência de sobrevivência” no século 21 Seguir o Blog!
21/09/2017. ANA MARIA DINIZ
Hoje sabemos que é possível desenvolver a criatividade e estimular a imaginação; por que não fazer isso em larga escala nas salas de aula do mundo todo?
No mundo de hoje a criatividade é uma “competência de sobrevivência”, já que não temos a menor ideia das transformações que teremos pela frente tanto no trabalho como na forma que consumimos produtos e serviços. Por isso, flexibilidade é o nome do jogo e, aliada a ela, precisamos desenvolver muito nossa capacidade de criar. Só assim encontraremos respostas novas para os desafios novos que estão por vir. Tony Wagner, pesquisador de Inovação em Educação de Harvard, descreve brilhantemente no livro The Global Achievement Gap a urgência em adqurir habilidades como adaptabilidade, iniciativa, pensamento crítico, resiliência, resolução de problemas e, acima de tudo, imaginação e curiosidade, para enfrentar ou recriar a realidade conforme ela se desenrola. Para isso é necessário, primeiramente, entender o que é criatividade. Ao contrário do que diz o senso comum, criatividade não é uma aptidão inata ou um talento que só alguns poucos têm. A capacidade de criar e inovar é inerente a todos nós. “A imaginação está cravada em nossa biologia, é arma evolutiva que nos permitiu chegar até aqui”, diz o antropólogo americano Stephen Asma, autor do recém-lançado The Evolution of Imagination. “Mas em vez de sermos instigados a aprimorar o nosso potencial criativo, somos estimulados a abandoná-lo”, escreve Asma. Infelizmente, isso acontece principalmente nas escolas, onde educamos crianças e jovens – e, portanto, limitamos seus futuros – com processos engessados e métodos pauteurizados de ensino. Nas últimas décadas, pesquisadores de diferentes áreas da ciência têm se dedicado a entender a criatividade. Os estudos mais recentes focam na identificação de traços comuns do processo criativo. Um desses traços é a alternância entre o pensamento divergente, que consiste em abrir caminhos e achar o maior número de ideias para solucionar um determinado problema, com o pensamento convergente, que é a capacidade de avaliar e selecionar quais dentre essas ideias são as mais promissoras. Outro é a transversalidade de pensamento, ou seja, a capacidade em cruzar diferentes áreas de conhecimento e chegar a novas conclusões. Se a capacidade de estimular a imaginação e desenvolver a criatividade é algo treinável, por que não fazer isso em larga escala nas salas de aula do mundo todo?, questiona Paul Collard, CEO da Creativity, Culture and Education, organização que tem a missão de apresentar ao governo britânico soluções para uma Educação em que a criatividade é uma prioridade. O que eu mais gosto no pensamento de Collard é o conceito de que ser criativo não é só ter boas ideias, é também ter as habilidades para fazer com que as ideias aconteçam. [ ... ]
Tags: arte, cognição criativa, criatividade









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